Antes mesmo que partisse, já sentia saudades. Já chorava a sua ausência por um longo tempo. No peito, uma dor doída de verdade, que não sara com remédio ou simpatia, uma dor que talvez só sare com o tempo, que lentamente vai apagando a saudade da memória. Agora, porém, a dor me doía com força e a saudade tanto latejava que meus olhos secaram, não por falta de lágrimas, mas porque já não as havia mais para chorar. Nunca consegui entender porque os que amamos sempre precisam partir e se ausentar de nós, deixando em nós esse insuportável vazio. Hoje a saudade vinha forte, rascante, como se me destruísse tudo, por inteira. Fiquei só a casca, porque o que eu era por dentro partiu com ele. Um dia, quem sabe, a saudade vai ser só uma memória dolorida no peito pela qual já não se chora mais.
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Quem sou eu
- K
- Curitiba, Paraná, Brazil
- Falando sério: O que é que eu sou? Sem resposta. Então tiro o corpo fora. Sou Strauss ou só Beethoven? Rio ou Choro? Eu sou nome. Eis a resposta. É pouco... "Yo quisiera poder hacer lo que me da la gana detrás de la cortina de la "locura". Así arreglaría las flores, pintaría el dolor, el amor y la ternura, me reiría a mis anchas de la estupidez de los otros, y todos me dirían: pobre está loca." Frida Kahlo