14 de setembro de 2009


Ela abaixou os olhos para a noite triste e permitiu que ele a aquecesse. Tal como as nuvens, seus olhos choviam tormento e seu coração pulava, descompassado, em desespero. Ela doía, inteira. Ele nada mais fez do que abraçá-la forte e firmemente e a embalou, horas a dentro, até que estivesse calma. Por fim, quando a chuva já não passava de garoa e o coração não mais gritava, ele se permitiu quebrar o silêncio.


— Não chores não, bonita. Nem se lamentes ou peça desculpas por me ter aqui. Sabes que venho de bom grado e bem sabes, também, que toda a tua angústia se faz minha, involuntariamente. Vês, moça? Quando teus olhos choram tuas mágoas o mundo te faz companhia, chorando em sintonia. Não é você que fica triste porque o céu é cinza, bonita. O céu fica cinza porque você está triste...
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Quem sou eu

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Falando sério: O que é que eu sou? Sem resposta. Então tiro o corpo fora. Sou Strauss ou só Beethoven? Rio ou Choro? Eu sou nome. Eis a resposta. É pouco... "Yo quisiera poder hacer lo que me da la gana detrás de la cortina de la "locura". Así arreglaría las flores, pintaría el dolor, el amor y la ternura, me reiría a mis anchas de la estupidez de los otros, y todos me dirían: pobre está loca." Frida Kahlo

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